quarta-feira, 7 de maio de 2014

         ESTRUTURAS ECONÔMICAS NA IDADE MÉDIA
 
 
Para o estudo da Economia na Idade Média (documentação fragmentária, sem dados numéricos suficientes e confiáveis), levou os historiadores à criação de metodologias próprias, isto é, através do desenvolvimento de trabalhos baseados no qualitativo (indícios, tendências, características), que nos elucidam melhor a economia medieval do ponto de vista da própria época.
 
A Economia na Alta Idade Média (séc. V-X)
 
Renée Doehaerd chamou de “escassez endêmica”, isto é, pequena produtividade agrícola e artesanal, conseqüentemente uma baixa disponibilidade de bens de consumo e a correspondente retração do comércio e portanto, da economia monetária.
Ponto de partida para se entender o fenômeno: retrocesso demográfico pois a contração da força de trabalho gerava uma contração dos rendimentos e esta reforçava a pobreza demográfica.
O Domínio
Dividido em duas partes: terra indominicata (reserva senhorial), era explorada diretamente pelo senhor. Ali estavam sua casa, celeiros, estábulos, moinhos, oficinas artesanais, pastos e terras cultiváveis. As pastagens e áreas florestais existentes na reserva senhorial eram, por direito costumeiro, de uso de toda a comunidade.
Terra mansionária: conjunto de pequenas explorações camponesas (mansus) – menor unidade de produção e fiscal do domínio.
Mansi serville – ocupados por escravos, por isso, deviam encargos mais pesados.
Mansi ingenuilles – possuído por camponeses livres.
 
Escravidão na Alta Idade Média?
 
Acredita-se na existência de poucos escravos no Ocidente até o século X em função de uma tripla transformação segundo Marc Bloch:
Militar – fim das guerras de conquistas que tinham sustentado o escravismo romano.
Religioso – Se o Cristianismo não proibia a escravidão enquanto Instituição, a Igreja não aceitava que ela fosse aplicada a cristãos.
Econômico – a distância tornava problemático e portanto caro o fornecimento de escravos pagãos.
 
 Idade Média Central (séc. X-XIII)

Diante do crescimento demográfico que se manifestava desde meados do século X, os mansos da época carolíngia foram divididos em lotes bem menores, com cerca de três a quatro hectares, as tenências.
São divididas entre: Censive e Champart – Na primeira, mais comum e difundida, o camponês em troca do usufruto da terra devia uma renda fixa, o censo, pago em dinheiro ou em espécie. Na segunda a renda devida pelo camponês não era fixa, mas proporcional ao resultado da colheita (10% triticultura, 33% na criação).
 
Crescimento produtivo?
 
A produção cresceu devido a uma maior quantidade de mão-de-obra (incremento demográfico) trabalhando sobre uma área maior (arroteamentos). Mas também graças a uma maior utilização de técnicas agrícolas.
Uma segunda transformação importante ocorrida nos séculos XI-XIII foi, a partir da existência de um excedente agrícola e, conseqüentemente o revigoramento do comércio.
 
Comércio intercontinental?
 
O Comércio a longa distância, recorria ao transporte marítimo, bem mais barato, e levava para o Ocidente cristão mercadorias raras ali. Ele se desenvolvia em torno de dois eixos básicos, o mediterrâneo (dominado pelos italianos) e o nórdico (dominado pelos alemães).
Ao longo de rotas estabelecidas, os hanseáticos recolhiam produtos num local e vendiam em outro: peles, mel e cera da Rússia, trigo e madeira da polônia e da Prússia, minerais da Hungria, peixe da Noruega e da Islândia, cobre e ferro da Suécia, vinho da Alemanha do Sul, sal da França e de Portugal, lã da Inglaterra e tecidos da Flandres.


 
Corporações de Ofício
 
Associações profissionais de artesãos. Na sua organização interna, cada corporação era constituída por várias oficinas, as únicas que podiam produzir uma determinada mercadoria naquela cidade.
A monetarização da economia
Era interesse de seus comerciantes enfrentar a diversidade de moedas, facilitando sua uniformização e, portanto, os negócios entre pessoas de diferentes regiões. Assim, alguns mercadores passaram a se dedicar ao câmbio, ficando conhecidos por banqueiros, pois as diversas moedas a serem trocadas ficavam expostas em bancas, como qualquer outra mercadoria.
 
Baixa Idade Média
 
Período de crise generalizada, facilmente perceptível no aspecto econômico.
Enquanto havia terras férteis dispon
Período de crise generalizada, facilmente perceptível no aspecto econômico.íveis e mão-de-obra em quantidade para trabalhá-las, o sistema funcionou bem. Mas a riqueza social global pouco crescia por falta de reinvestimento.
A lentidão da circulação monetária, já que a retração da oferta de bens (crise agrária) tornava mais lento o ritmo das transações

Caroline de Freitas

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