quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Educação No Renascimento

A educação renascentista preparou a formação do homem burguês e, por isso, essa educação não chegou às massas populares. Foi caracterizada pelo elitismo, pelo aristocratismo e pelo individualismo liberal. Atingia principalmente o clero, a nobreza e a burguesia nascente. Os principais educadores renascentistas foram:
*Vittorino da Feltre (1378-1446): defendia uma educação individualizada, o auto-governo do aluno e a competição;
*Erasmo Desidério (1467-1536): o verdadeiro caminho deveria ser criado pelo homem, enquanto ser inteligente e livre;
*Juan Luís Vives (1492-1540): foi um dos primeiros a solicitar uma remuneração para os professores; *Fraçois Rabelais (por volta de 1483-1553): para ele o importante não eram os livros, mas a natureza. A educação precisava primeiro cuidar do corpo, da higiene, da limpeza, da vida ao ar livre, dos exercícios físicos, etc.;
* Michel de Montaigne (1533-1592): e acreditava que as crianças devem aprender o que farão quando adultos;
* Martinho Lutero: para ele a exaltação Renascentista do indivíduo de seu livre arbítrio, tornara inevitável a ruptura no seio da igreja. Iniciou a reforma Protestante, que foi considerada como a primeira grande revolução burguesa.



Expansão Comercial
Revolução Comercial representa um grande período de transformações ocorridas na Europa entre o século XVI e XVIII.
Ao final da Idade Média, novidades tecnológicas começaram a aparecer na Europa. Os costumes restritos de outrora passaram a se dinamizar e a busca pelos metais preciosos se tornou cada vez mais intensa. Ao mesmo tempo, foram se desenvolvendo as grandes navegações, que permitiram maior circulação de mercadorias e das chamadas especiarias.
A Revolução Comercial foi fruto dos novos tempos vividos na Europa, como resultado da transição do período medievo para o Moderno, da expansão ultramarina e do mercantilismo. Toda a nova realidade que a Europa passou a viver a partir do século XV gerou grandes alterações nas relações econômicas. A moeda entra em cena, assumindo a posição de elemento fundamental da economia. É o fim das relações de subsistência e início das relações de produção e troca que passaram a acontecer através dos mercados das cidades.
No embalo das mudanças que ocorriam no início da Idade Moderna, a tecnologia também se aprimorou para atender as demandas. As técnicas de produção agrícola foram uma inovação adquirida ainda no final da Idade Média, mas ampliadas no novo período da história da humanidade. Junto com elas, vieram novas técnicas contábeis adequadas às novas formas de comércio, a intensificação da mineração, os novos artifícios de navegação e o aperfeiçoamento da cartografia e seus instrumentos.
A Revolução Comercial transferiu o antigo eixo econômico existente no Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, uma vez que as relações não se limitavam mais ao continente europeu. O comércio passou a atuar de forma global, envolvendo os continentes conhecidos à época. Surgiu uma nova concepção econômica que recebeu o nome de Mercantilismo. Esta nova filosofia baseava-se em três elementos. O primeiro estava ligado ao surgimento de uma nova classe social, a burguesia. O segundo era a expansão ultramarina impulsionada pelas grandes navegações, que abriu caminho para o capitalismo comercial e a alteração das relações econômicas no mundo. E o terceiro era o “metalismo”, que, na filosofia mercantilista, determinava a riqueza do país proporcionalmente à quantidade de metal precioso acumulado. Para isto acontecer era necessário manter uma balança comercial favorável, o industrialismo e o colonialismo.
O comércio permitiu a acumulação de capital necessária para estabelecer as bases do capitalismo e seu desenvolvimento, que resultou na Revolução Industrial. Mas as conseqüências imediatas da Revolução Comercial foram o afluxo de metais preciosos, a ascensão da classe social burguesa, o aumento dos preços e o retorno da escravidão.
Renascimento Cultural

Durante os séculos XV e XVI intensificou-se, na Europa, a produção artística e científica. Esse período ficou conhecido como Renascimento ou Renascença.

Contexto Histórico

As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores, etc.
Os  governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artistas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres encomendarem  pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.

Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu neste período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção artística. Cidades como, por exemplo, Veneza, Florença e Gênova tiveram um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do Renascimento.
Características Principais:

-Valorização da cultura greco-romana. Para os artistas da época renascentista, os gregos e romanos possuíam uma visão completa e humana da natureza, ao contrário dos homens medievais;

-As qualidades mais valorizadas no ser humano passaram a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;

-Enquanto na Idade Média a vida do homem devia estar centrada em Deus (teocentrismo), nos séculos XV e XVI o homem passa a ser o principal personagem (antropocentrismo);

-A razão e a natureza passam a ser valorizadas com grande intensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar métodos experimentais e de observação da natureza e universo.
Monalisa de Leonardo da Vinci:

Durante os séculos XIV e XV, as cidades italianas como, por exemplo, Gênova, Veneza e Florença, passaram a acumular grandes riquezas provenientes do comércio. Estes ricos comerciantes, conhecidos como mecenas, começaram a investir nas artes, aumentando assim o desenvolvimento artístico e cultural. Por isso, a Itália é conhecida como o berço do Renascentismo.  Porém, este movimento cultural não se limitou à Península Itálica. Espalhou-se para outros países europeus como, por exemplo, Inglaterra, Espanha, Portugal, França, Polônia e Países Baixos.  

A Arte Renascentista
INTRODUÇÃO

Na medida em que o Renascimento resgata a cultura clássica, greco-romana, as construções foram influenciadas por características antigas, adaptadas à nova realidade moderna, ou seja, a construção de igrejas cristãs adotando-se os padrões clássicos e a construção de palácios e mosteiros seguindo as mesmas bases.


ARQUITETURA

Os arquitetos renascentistas perceberam que a origem de construção clássica estava na geometria euclidiana, que usava como base de suas obras o quadrado, aplicando-se a perspectiva, com o intuito de se obter uma construção harmônica. Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega. Os palácios também foram construídos de forma plana tendo como base o quadrado, um corpo sólido e normalmente com um pátio central, quadrangular, que tem a função de fazer chegar a luz às janelas internas




"Hospital Tavera" Alonso de Covarrubias -- Toledo, Espanha


"Praça do castelo de Vigiano" Bramante -- Lombardia, Itália


ESCULTURA

Pode-se dizer que a escultura é a forma de expressão artística que melhor representa o renascimento, no sentido humanista. Utilizando-se da perspectiva e da proporção geométrica, destacam-se as figuras humanas, que até então estavam relegadas a segundo plano, acopladas às paredes ou capitéis. No renascimento a escultura ganha independência e a obra, colocada acima de uma base, pode ser apreciada de todos os ângulos.
Dois elementos se destacam: a expressão corporal que garante o equilíbrio, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas; e as expressões das figuras, refletindo seus sentimentos. Mesmo contrariando a moral cristã da época, o nu volta a ser utilizado refletindo o naturalismo.
Encontramos várias obras retratando elementos mitológicos, como o Baco, de Michelangelo, assim como o busto ou as tumbas de mecenas, reis e papas.


"Busto de Lourenço de Médicis" Michelangelo


"Estátua Eqüestre" Donatello -- Piazza do Santo, Pádua



PINTURA

Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilização da perspectiva, através da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras, espaços reais sobre uma superfície plana, dando a noção de profundidade e de volume, ajudados pelo jogo de cores que permitem destacar na obra os elementos mais importantes e obscurecer os elementos secundários, a variação de cores frias e quentes e o manejo da luz permitem criar distâncias e volumes que parecem ser copiados da realidade; e a utilização da tinta à óleo, que possibilitará a pintura sobre tela com uma qualidade maior, dando maior ênfase à realidade e maior durabilidade às obras.


"Adão de Albrecht Dürer, Museu do Prado -- Madri


MONALISA "Monalisa" de Leonardo da Vinci, Museu do Louvre - Paris


Em um período de ascensão da burguesia e de valorização do homem no sentido individualista, surgem os retratos ou mesmo cenas de família, fato que não elimina a produção de caráter religioso, particularmente na Itália. Nos Países Baixos destacou-se a reprodução do natural de rostos, paisagens, fauna e flora, com um cuidado e uma exatidão assombrosos, o que acabou resultando naquilo a que se deu o nome de Janela para a Realidade.

As obras abaixo são de Antonio Allegri (Corregio) e refletem bem o espírito do renascimento, caracterizadas por elementos que remontam ao passado clássico, elementos religiosos e por grande sensualidade, destacando a perfeição das formas e a beleza do corpo, junto a presença de anjos.


"Danae" Galeria Borghese


"Júpiter e Io" Kunsthistoriches Museum -- Viena


"Nossa Senhora da Cesta" national Gallery -- Londres


"Noli me Tangere" Museu do Prado -- Madri

 

Por Caroline de Freitas
Revolução Científica 
Até a Idade Média, o conhecimento humano estava muito atrelado ao modo de concepção da vida que a religiosidade propagava. A ciência, por sua vez, estava muito atrelada à Filosofia e possuía suas restrições. Mas o florescer de novas concepções a partir do século XV permitiu uma reformulação no modo de se constatar as coisas. A nova forma de pensar, comprovar e, principalmente, fazer ciência prosperou-se intensamente em um período que se prolongou até o fim do século XVI.
A Revolução Científica tornou o conhecimento mais estruturado e mais prático, absorvendo o empirismo como mecanismo para se consolidar as constatações. Esse período marcou uma ruptura com as práticas ditas científicas da Idade Média, fase em que a Igreja Católica ditava o conhecimento de acordo com os preceitos religiosos. Embora na época tenha havido grande movimentação com a divulgação de novos conhecimentos e novas abordagens sobre a natureza e o mundo, o termo Revolução Científica só foi criado em 1939 por Alexandre Koyré.
Diversos movimentos sociais, culturais e religiosas prestaram suas valiosas contribuições para o incremento da Revolução Científica. Aquele era o período do Renascimento, uma fase que pregava a volta da cultura Greco-romana e propagava a mudança de orientação do teocentrismo para o antropocentrismo. Outra característica era o humanismo, uma corrente de pensamento interessada em um pensamento mais crítico e, principalmente, valorizava mais os homens. Tais abordagens mudaram muito o pensamento humano.
A ciência ganhou muitas novas ferramentas. Passou a ser mais aceita e vista como importante para um novo tipo de sociedade que nascia. As comprovações empíricas ganharam espaço e reduziram as influências das influências místicas da Idade Média. O conhecimento ganhou impulso para ser difundido com a invenção de Joahannes Gutenberg, a imprensa. A capacidade de reproduzir livros com exatidão e espalhá-los por vários lugares foi fundamental para a Revolução Científica na medida em que restringia as possibilidades de releituras e interpretações equivocadas dos escritos.
O modo místico da Igreja Católica de determinar o conhecimento perdeu ainda mais espaço com a Reforma Protestante. Os reformistas eram favoráveis à leitura da Bíblia em todas as línguas e também acreditavam que as descobertas da ciência eram válidas para apreciar a existência de Deus.
Em meio a toda essa efervescência favorável à Revolução Científica, o hermetismo também apresentou sua parcela de contribuição para o progresso do conhecimento. Usando idéias quase mágicas, apoiava-se e incentivava no uso da matemática para demonstrar as verdades. Com um novo horizonte, a matemática ganhou espaço e se desenvolveu com grande relevância para o desenvolvimento de um método científico mais rigoroso e crítico.
Os efeitos da Revolução Científica foram incontáveis e mudaram significativamente a história da humanidade. Provou-se que a Terra é que girava em torno do Sol, a física explicou diversos comportamentos da natureza, a matemática descreveu verdades e o humanismo tornou os pensamentos mais críticos, por exemplo. Entre os grandes nomes do período que deram suas contribuições para o avanço da ciência estão: Isaac Newton, Galileu Galilei, René Descartes, Francis Bacon,Nicolau Copérnico, Louis Pasteur e Francesco Redi.

Reforma e Contra-Reforma
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O processo da reformas religiosas começa no século XIV com a insatisfação frente à Igreja Católica Apostólica Romana. Tal insatisfação diz respeito aos abusos desta igreja frente e a mudança da visão de mundo que começa a acontecer simultaneamente.
Com a excessiva acumulação de bens pela igreja, a grande preocupação material desta e a luxuria que parte de seus sacerdotes viviam. Também havia sérios problemas no respeito às próprias convicções católicas, tendo muitos sacerdotes entrando em desvios de seus dogmas como o desrespeito ao celibato e o descaso com os cultos e ritos religiosos. Somando-se a isso havia a venda de indulgências (perdão) por parte do próprio Vaticano para a construção da Basílica de São Pedro.
Somando-se a isso existe o próprio processo de formação da burguesia comercial, que era condenada pelos padres por usura e o lucro, causou descontentamento por parte dessa classe emergente.
Além disso, os reis também estavam insatisfeitos com a interferência dos papas nas questões políticas condizente com a realeza.
Juntando-se a isso o próprio pensamento renascentista leva a um maior questionamento das convicções católicas. Acontece, conjuntamente com o processo de urbanização, um maior acesso a leitura e a discussão, afinal, homens não estão tão distantes fisicamente nas cidades como eram nos campos. Com isso começa a surgir um pensamento que vai a direção do humanismo e do antropocentrismo (que opõe o teocentrismo medieval) e o aparecimento de um pensamento racional e cientifico, que busca explicar as coisas através de métodos e teorias (opondo-se as explicações espirituais e teológicas da igreja).
Reforma Luterana
O sacerdote alemão, Martin Lutero (1483-1546), foi o primeiro a opor-se de forma mais elaborada contra a Igreja. Ele fixa 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg questionando as posturas tomadas pela Igreja
Nas 95 teses Lutero condenava principalmente a venda de indulgências e o culto às imagens. Devido a essas teses Lutero foi excomungado pelo papa.
Lutero foi favorecido em suas pregações devido ao fato de na região da atual Alemanha, onde ele vivia, havia muita miséria por parte dos camponeses, que condenavam a Igreja por isso. Além disso, havia grande interesse de da nobreza daquela região pelas terras da Igreja Católica.
Apesar do apoio dos camponeses a Lutero em uma revolta de camponeses, liderada por Thomas Münzer, contra os sacerdotes ricos e grandes proprietários, Lutero apoiou o massacre dessa revolta, recebendo em troca novas adesões por parte das camadas mais abastadas.
Reforma Calvinista
João Calvino (1509-1564) entre os primeiros adeptos das idéia de Martin Lutero, mas com o tempo começou a defender que a salvação vinha pelo trabalho justo e honesto e que o enriquecimento era apenas uma graça divina, não podendo ser condenado, mas sim que era uma predestinação divina e que nada podia ser feito para mudar isso. Com esse pensamento Calvino acaba atraindo muitos comerciantes e banqueiros.
Reforma Anglicana
Na primeira metade do século XVI, o rei Henrique VIII (1509-1547), que fora aliado do papa, funda a nova igreja, devido à negação do papa a seu pedido de divórcio. Tal rompimento teve adesão do alto clero inglês e do parlamento.
Além disso, esse rompimento também foi causado pelo fato da Igreja Católica ser detentora de grande parte das terras inglesas, o que gerava a cobiça da nobreza inglesa.
Aliando-se a isso, havia a necessidade de enfraquecer o grande poder político da igreja inglesa. Para isso a cobiça da nobreza pelas terras católicas foi de grande valor a fim de aliar os nobres ingleses contra a Igreja.
Contra-Reforma
Frente aos movimentos de ruptura com a Igreja Católica, esta primeiramente começou um processo de perseguição, que não teve grandes frutos. Diante a isso começou-se a reconhecer a ruptura protestante e, juntamente a isso, começou um movimento de moralização e reorganização estrutural da Igreja Católica. Entre essas medidas destacam-se:
Criação da Ordem dos Jesuítas: Fundada em 1534, pelo militar espanhol Inácio de Loyola, os jesuítas consideravam-se soldados da igreja e possuíam uma estrutura militar, que tinha por função combater o avanço protestante com as armas do espírito, através da catequização e da conversão ao catolicismo. No âmbito da catequização, destaca-se o trabalho dos jesuítas nas novas terras descobertas, visando converter os não-cristãos.
Concílio de Trento: em 1545, o papa Paulo III, convocou reuniões entre católicos, realizadas inicialmente na cidade de Trento. Esse apresentou, ao final de 18 anos, um conjunto de decisões para garantir unidade católica e disciplina eclesiástica e reafirmando o dogma católico.
Inquisição: O tribunal da Inquisição foi criado em 1231, mas com o tempo foram reduzindo suas atividades. Mas com o avanço do protestantismo eles foram reativados em meados do século XVI. Entre suas atividades foram criadas listas de livros proibidos e julgaram os que discordavam da Igreja Católica.

Absolutismo

Nos fins da Idade Média, a situação política da Europa passou por importantes transformações. A ascensão da burguesia trouxe a necessidade de se eliminar as autoridades e cobranças locais. Em seu lugar, um monarca teria a função de padronizar as políticas fiscais e monetárias de um mesmo território. Ao mesmo tempo, os grandes proprietários de terra se sentiam ameaçados pelas revoltas camponesas que ameaçavam seu antigo poderio político.

Nesse contexto, os monarcas se fortaleciam a partir do expresso apoio dado por nobres e burgueses. Por um lado, a burguesia pagava impostos para o financiamento de exércitos capazes de impor a autoridade real e fixar os impostos e moedas utilizadas em um mesmo território. Por outro, os senhores feudais abriam mão de sua influência política local para que o monarca assumisse a função de preservar as terras e privilégios da classe nobiliárquica.

Mediante essas mudanças de natureza política, observamos que alguns intelectuais se ocuparam de pensar as justificativas que explicassem a existência de um rei poderoso. Um dos primeiros a assumir essa tarefa foi o italiano Nicolau Maquiavel (1469 – 1527), que formulou vários conselhos que pensavam sobre o comportamento da autoridade real. Nesse sentido, ele apontou que as ações políticas deveriam estar apartadas dos valores morais vigentes.

Algumas décadas mais tarde, o inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) indicou que o governo centralizado nas mãos do monarca era uma ação necessária. Em sua opinião, a ausência de um governo forte abria caminho para que o “estado de natureza” do homem fosse dominante. Nesse sentido, o rei e a sua autoridade suprema evitariam a desordem e o egoísmo que marcavam a ação humana desprovida de limites. Afinal de contas, estando em liberdade, o “homem era lobo do homem”.

Além de tais justificações teóricas, existiam aqueles teóricos que se valiam de argumentos de ordem religiosa. Homens como Jean Jacques Bossuet (1627 – 1704) e Jean Bodin (1530 – 1596) acreditavam que a presença de um rei soberano manifestava as vontades de Deus. Com isso, o poder real seria a representação do poder divino na terra. Em uma época ainda marcada por forte sentimento religioso, os súditos não deveriam correr o risco de desagradar a Deus ao não seguirem as determinações reais.

Elaborado desde os fins da Idade Média, o absolutismo predominou no continente europeu até o século XVIII. Nessa época, a disseminação dos valores iluministas e o advento da Revolução Francesa, refutaram a existência de uma estrutura de poder centralizada e assentada em justificativas religiosas. A partir daquele momento, o absolutismo perdeu seu espaço e ficou conhecido como o “Antigo Regime”.
Humanismo
Humanismo é um termo relativo ao Renascimento, movimento surgido na Europa, mais precisamente na Itália, que colocava o homem como o centro de todas as coisas existentes no universo.

Nesse período, compreendido entre a transitoriedade da Baixa Idade Média e início da Moderna (séculos XIV a XVI), os avanços científicos começavam a tomar espaço no meio cultural.

A tecnologia começava a se aflorar nos campos da matemática, física, medicina. Nomes como Galileu, Paracelso, Gutenberg, dentre outros, começavam a se despontar, em razão das descobertas feitas por eles.

Galileu Galilei comprova a teoria heliocêntrica que dizia ser o Sol o centro do sistema planetário, defendida anteriormente por Nicolau Copérnico, além de ter construído um telescópio ainda melhor que os inventados anteriormente. Paracelso explora as drogas medicinais e seu uso, enquanto Gutenberg descobre um novo meio de reproduzir livros.

Além disso, a filosofia se desponta como uma atividade intelectual renovada no interesse pelos autores da Antiguidade clássica: Aristótoles, Virgílio, Cícero e Horácio. Por este resgate da Idade Média, este período também é chamado de Classicismo.

A burguesia e a nobreza, classes sociais que despontam no final da Idade Média, passam a dividir o poderio com a Igreja.

É neste contexto cultural que a visão antropocêntrica se instala e influencia todo campo cultural: literatura, música, escultura, artes plásticas.

Na Literatura, os autores italianos que maior influência exerceram foram: Dante Alighieri (Divina Comédia), Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron). Os gêneros mais cultivados foram: o lírico, de temática amorosa ou bucólica, e o épico, seguindo os modelos consagrados por Homero (Ilíada e Odisséia) e Virgílio (Eneida).

Podemos denominar Humanismo como ideia surgida no Renascimento que coloca o homem como o centro de interesse e, portanto, em torno do qual tudo acontece.

terça-feira, 12 de agosto de 2014



ARTE BIZANTINA
A arte bizantina foi uma mistura de influências helênicas, romanas, persas, armênias e de varias fontes orientais, sendo assim preservada a cultura clássica greco-romana. Com essa mistura de etnias, foi possível associar todas as partes da cultura bizantina: como o idioma grego, a religião cristã, o direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquitetura de inspiração persa entre outros, formando assim um novo estilo de arte, rico na técnica e na cor.
Na maioria das vezes com relação à igreja cristã, o objetivo principal da arte bizantina foi representar por meio da arte a supremacia do espiritual sobre o material, da essência sobre a forma, e a elevação da contemplação das coisas espirituais conseqüência dessa proposição. Podemos afirmar então que a arte bizantina está dirigida pela religião.O clero também organizava a arte, fazendo com que os artistas fossem meros executores de suas obras.
O imperador não só tinha poderes administrativos e espirituais, mas era também considerado o representante de Deus. Assim os artistas faziam a imagem dele com uma auréola sobre a cabeça, muito encontrado em mosaicos, ondeimperador e imperatriz na maioria das vezes encontravam-se ao lado da Virgem Maria e o Menino Jesus.
A aparência grandiosa das figuras frontais, fortalecidas nas obras da arte bizantina, deu lugar a obras que além de se manter solenes e majestosas, eram mais vivazes e variadas.
Foi da arte bizantina que surgiu os modelos para toda a Idade Média. Nela também surgiu, pela primeira vez, representações das côrtes angelicais. Dentro dos templos, a arte representou uma teologia da imagem. Na parte interna, a arte pode ser concretizada através de pinturas, mosaicos e esculturas. A imagem bizantina foi um aumento do tempo do dogma e o progresso doutrinal através da doutrina da arte.

A arte Bizantina teve seu centro de difusão a partir da cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, e desenvolveu-se a princípio incorporando características provenientes de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria.
A aceitação do cristianismo a partir do reinado de Constantino e sua oficialização por Teodósio procuraram fazer com que a religião tivesse um importante papel como difusor didático da fé ao mesmo tempo em que serviria para demonstrar a grandeza do Imperador que mantinha seu caráter sagrado e governava em nome de Deus.
A tentativa de preservar o caráter universal do Império fez com que o cristianismo no oriente destacasse aspectos de outras religiões, isso explica o desenvolvimento de rituais, cânticos e basílicas.
O apogeu da cultura bizantina ocorreu durante o reinado de Justiniano ( 526-565 d.C. ), considerada como a Idade de Ouro do império.
A história da arte bizantina pode ser dividida em cinco períodos (alguns preferem a classificação em três: Idade do Ouro, Iconoclastia e 2a Idade do Ouro), que coincidem aproximadamente com as dinastias que se sucederam no poder do império.
Caroline Freitas

O que é Igreja Ortodoxa:


A Igreja Ortodoxa é uma igreja cristã, considerada, com uma doutrina semelhante à da Igreja Católica, mas como o termo mesmo diz, possui uma doutrina mais reta, mais rígida.
A ortodoxia é a corrente doutrinal que declara que representa a visão correta, fundada em princípios sistemáticos (metafísicos) e científicos. O contrário é a heterodoxia.
Os cristãos ortodoxos, por força da denominação, são os que professam toda a doutrina da fé cristã de acordo com o magistério da Igreja. Se apoderaram, porém, da designação da Igreja bizantina depois do cisma que os opôs a Roma (nos séculos IX e XI) ao se arvorarem em depositários da fé verdadeira em oposição à Igreja latina. Ficaram, por isso, a ser denominados ortodoxos os cristãos da Europa Oriental, que se mantêm separados da Igreja Católica Romana.
A Igreja Ortodoxa se vê como a verdadeira igreja criada por Jesus Cristo, além de não reconhecerem o Papa como autoridade. Para os cristãos ortodoxos, como são chamados, não existe purgatório e não acreditam na virgindade de Maria após a concepção. Na Igreja Ortodoxa, os padres são liberados para o casamento, desde que este tenha ocorrido antes da sua conversão, e apenas os bispos são obrigados a manter o celibato.

Caroline de Freitas






sábado, 10 de maio de 2014

O papel da mulher na Idade Média

A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, ou seja, não valem grande coisa.” (Arnaud Laufre).
“Toda mulher se regozija de pensar no pecado e de vivê-lo.” (Bernard de Molas).
“Quem bate numa mulher com uma almofada, pensa aleijá-la e não lhe faz nada” (Provérbio da época).
Por estes pensamentos da época já da para se ter uma idéia da visão que o homem tinha da mulher. Mas aí é que está, não se pode concluir como era a vida da mulher apenas pela visão masculina. Pois esta pode estar distorcida, ser apenas fruto de sua imaginação. É necessária que seja feita uma avaliação também da visão feminina.  Aqui mostramos essa avaliação da visão de ambos os sexos. Para tentar concluir como era a vida das mulheres na Idade Média.

A mulher na Família
As filhas eram totalmente excluídas da sucessão, quando contraiam matrimônio recebiam um dote, constituído de bens que seriam administrados pelo marido.  A linhagem beneficiava apenas componentes do sexo masculino, e a herança só era passada para o primogênito, isso como forma de evitar a divisão dos bens da família. Quando a mulher se casava passava a fazer parte da família do esposo. Nessa nova família, quando virava viúva, não tinha direito à herança.
O casamento era um pacto entre duas famílias, seu objetivo era simplesmente a procriação. A mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência, submissão. Filha, irmã, esposa: servia somente de referência ao homem que estava servindo.
A inferioridade feminina provinha da fragilidade do sexo, da sua fraqueza ante aos perigos da carne. No centro da moral cristã existia uma aguada desconfiança em relação ao prazer. Ele, segundo os moralistas, mantinha o espírito prisioneiro do corpo, impedindo-o de se elevar em direção a Deus.
Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher. Essa posição obrigatória da prática do sexo indicava a situação de submissão que dela se esperava.
Seguramente, na concepção dos religiosos, o marido que amasse excessivamente sua esposa era visto como adúltero. Não deveria usá-la como se fosse uma prostituta. A mulher não podia tratar o marido como se ele fosse seu amante. Por intermédio do casamento, o corpo da mulher passava a pertencer ao seu esposo. Mas a alma dela deveria sempre permanecer na posse de Deus.
Na época, buscava-se justificar o desprezo dos homens pelas mulheres de todas as formas. Para os pensadores da época, a palavra latina que designava o sexo masculino, Vir, lembrava-lhes Virtus, isto é, força, retidão. Enquanto Mulier, o termo que designava o sexo feminino lembrava Mollitia, relacionada à fraqueza, à flexibilidade, à simulação.
Aos homens, pais ou maridos cabia o direito de castigá-las como uma criança, um doméstico, um escravo.  Este desdém revela ao mesmo tempo desconfiança e temor. Os homens receavam o adultério por parte da esposa. Temiam que lhes oferecessem certos filtros mágicos que os levassem a impotência. Esterilidade, esta, que assustava os homens.

Atividades Profissionais
Na época, a mulher era vista como um ser que foi feito para obedecer. Não era bom que uma mulher soubesse ler e escrever, a não ser que entrasse para a vida religiosa. Uma moça deveria, isso sim, saber fiar e bordar. Se fosse pobre, teria necessidade do trabalho pra sobreviver. Se fosse rica, ainda assim deveria conhecer o trabalho para administrar e supervisionar o serviço de seus domésticos e dependentes.
Entretanto, não devemos pensar na mulher como um grupo compacto e oprimido pelos homens. As diferenças sociais foram sempre tão fortes como as diferenças de sexo. Muitas vezes a opressão era exercida pelas mulheres poderosas sobre as suas dependentes. 
As camponesas deveriam, quando casadas, acompanhar seus maridos em todas as atividades desempenhadas no domínio senhorial onde trabalhava. Quando viúva trabalhava com os filhos ou sozinha. Já às aristocratas cabia a tarefa de ser dona de casa, função difícil na época, pois a economia doméstica era bastante complicada, exigiam muita habilidade e senso de organização da dama. O suprimento de alimentos e vestimentos da vasta família estava sob sua responsabilidade. Tinha de administrar o trabalho dos domésticos, acompanhar passo a passo à fabricação dos tecidos, controlar e supervisionar o abastecimento de alimentos.

Aspectos da Marginalidade Feminina
É difícil sustentar a hipótese de uma marginalização generalizada da mulher na Idade Média. O casamento, tornando-a responsável pela reprodução biológica da família, garantia-lhe papel de relevo na estabilidade da ordem social. Juridicamente despersonalizada, esteve reduzida ao meio familiar e doméstico.
Em alguns casos não se tratava apenas de marginalização de mulheres. A heresia, por exemplo, teve seguidores dos dois sexos.
Os movimentos heréticos representavam perigo para a doutrina oficial da Igreja em vários momentos desde a afirmação do cristianismo como religião preponderante no Ocidente. As heresias, doutrinas contrárias ao que se foi estabelecido pela Igreja, levados, pela independência na interpretação de textos sagrados, ao confronto com os dogmas estabelecidos, e outras vezes de velhas tradições pagãs não assimiladas pelo cristianismo e refutadas por esse motivo.
Na heresia, ao contrário das normas da Igreja, existia espaço para a pregação ao sexo feminino. Em uma das doutrinas hereges, as mulheres poderiam se tornar “perfeitas”, um grau superior nesta doutrina. Ao que tudo indica, esta mulher “perfeita” poderia prestar os mesmos serviços espirituais que o de um homem, tendo os mesmos direitos e o mesmo apoio que eles gozavam.
Outra questão que levava a marginalidade feminina era a prostituição. Parece surpreendente o fato de uma atividade oposta aos rígidos padrões morais da época ter sido tão amplamente desenvolvida, tornando-se mesmo pública entre as pessoas que estabeleciam os fitos padrões. A prostituição, na verdade, foi sempre ambígua, considerada um “mal necessário”. Em última instância, a prostituição, imoral, colaborava para a sanidade da sociedade.
A prostituição resolvia o problema dos jovens. A difusão da prostituição em meio urbano diminui a turbulência característica desse grupo. O recurso aos “casarões noturnos” diminuiu a possibilidade de estupros, arruaças e violências generalizadas cometidas pelas agremiações juvenis. Resolvia também o problema da homossexualidade masculina.  A prostituição servia ainda de remédio às fraquezas dos clérigos diante dos prazeres da carne.
Assim, de pernicioso aos olhos dos moralistas, pela garantia da moralidade pública, o meretrício, mais que tolerado, foi estimulado. Entretanto as “marcadoras do prazer” jamais foram bem vistas. Pelo contrário, era preciso afastá-las das “pessoas de bem”.

Conclusão
Ao final deste trabalho conclui-se que:
-A mulher era vista como submissa pois era temida. Considerava-se que a mulher era o pecado, a carne fraca.
-O casamento não tinha nunca o objetivo de unir pessoas que se amam, ou o objetivo de dar prazer a alguma das partes, e sim o objetivo da procriação.
-A mulher quando se casava simplesmente trocava de homem ao qual tinha que se submeter (de pai para agora marido).
-A prostituição era considerada um “mal necessário”, pois curava vontades de jovens e clérigos, mas ainda assim as prostitutas eram marginalizadas da sociedade.
-As doutrinas diferentes à religião católica pregavam que a mulher poderia ter os mesmos direitos que os homens, por isso eram calorosamente perseguidas pela Igreja.
-À mulher cabia as responsabilidades domésticas, exceto no caso de camponeses e classes mais baixas, que deveriam acompanhar seu marido no trabalho feudal.


Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/a-mulher-na-idade-media

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Burgos Medievais

                                                           


A palavra burgo vem do latim ''burgus'', que significa "pequena fortaleza, povoado" que, pelo germânico burgs, ficou cidadela fortificada.


Os burgos surgiram na Baixa Idade Média, na época da decadência feudal e crescimento comercial e urbano. Os burgos desenvolveram-se pelo processo de troca de produtos entre um feudo e outro. Os produtores levavam seu produtos até o burgo (que ficava "dentro" de um feudo) e lá faziam uma espécie de feira trocando seus produtos por outros ou por dinheiro. Os habitantes dos burgos dedicavam-se ao comércio e à produção artesanal, que era realizada pelo mestre em sua oficina.Seus habitantes eram chamados de burgueses, crescendo em poder econômico de modo que no século XIX formaram a burguesia.

Bianca Fernandes.